-Para quem você está torcendo na crise econômica?
-Como assim, torcendo?- meio sem levar a sério o que vem depois
-Ahh, se as medidas do governo americano vão vingar, ou tudo vai pro buraco, inclusive a economia mundial. De modo que haja uma grande crise, que atingiria aqui também.
-Por que iria querer isso? É meio assustador pensar aqui o caos. Só o Katrina já levou uma cidade a enlouquecer, imagina o país inteiro! Tenho medo disso.
-Mas uma situação caótica faria o país mudar alguma coisa.
-Será que valeria a pena? Eu sou a favor de mudança mais inclinada ao que almejamos para acá. Mas não sei se o custo é válido. Por mais que eu queira que algo acontecesse nesses tempos que vivo, por outro lado não gostaria de ser estudada anos depois como participante de uma geração que passou um aperto muito grande.
Maldito conservadorismo estático. Nos faz temer a violência e o sofrimento ao invés de encará-los como coparticipantes no planeta. Como diz um amigo meu, que percebeu primeiro que o sofrimento não é algo tão terrível. É preciso deixar o medo de doer? Já é incômodo assim, talvez seja mentalidade desprezível lutar pela realidade que construímos.
Ou seria falta de gratidão e reconhecimento! Oh! O remorso, again! Da onde vem tudo isso?
Sempre disse por aí que, se houvesse uma crise, de tamanho tal em que não fizesse mais sentido o caminho que tomei até aqui, seria parteira. Mas dias atrás, quando conversei sobre a maior crise dos últimos tempos, não me deliciei com esse pensamento. Ao invés, causou em mim sensação de dever eminente, e quase acenti com a cabeça frente ao meu dever irreversível. Foram tantas as promessas.
Há 14 anos
2 comentários:
xiu, playboy!
nunca imaginei o que eu seria no mundo pós-apocalíptico!
eu já imaginei o que eu seria se cortassem meu pinto. eu seria matemático.
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