quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

reparação

e se você escrevesse um poema fingindo ser eu
para que o mundo perdoasse minha falta nos últimos meses
(serão meses?)
ou um poema pensando em mim já vale. é pouco o material que tem alguma coisa comigo espalhada pelo mundo
em meio a quantidade pode nascer uma flor rara.

tenho tido ódio à quantidade do mundo
e um jeito covarde de fazer esse ódio é validando as diferenças que sempre senti
conforme vou reafirmando os erros dos meus mundos me afasto subindo
sempre ficando mais alta, indo pra um lugar em cima

disfarces da imbecilidade.

só queria que alguma coisa bonita saísse hoje
ou de mim ou de alguém perto
e eu tivesse aquele lampejo de esperança cotidiana

a vida correndo e eu do alto do meu apartamento
pedindo para que o universo me impressione
as pretensões e tristezas de ser autor de uma titica qualquer