terça-feira, 28 de outubro de 2008

Meninas

-As meninas nascem sabendo dançar. Deve ser genético.
-Como assim?
-Sabe nas horas em que você jogava futebol? Então, enquanto você fazia isso elas dançavam.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

De casa

Manifesto Elefante


Um manifesto serve para chamar pessoas. Conclamar. Pode-se dizer assim? Bom, a idéia é escrever o mínimo de palavras para o máximo de resultados neurais que acabam em inflação, provocação. pois é isso mesmo que queremos, não? Que elas venham até nós, pois sabemos que não queremos nos perder no paradoxo do servir e da superioridade. Não podemos nos posicionar acima, com planos salvacionistas. É preciso tomar cuidado para o tom não ser esse, por mais que seja tênue a linha.


Bom, o manifesto obriga a interação. Ele precisa ser agressivo? Irônico? Brincar com a desilusão que acompanha a maioria dos jovens, ou seria essa uma descrença? Germinal de quem vê tudo acontecer devagar por aqui. O elefante da universidade é lento, com micro sinapses rapidíssimas. Em poucos anos de curso superior a população dessa Escola consome a Universidade. Compra-se um produto com impostos, mas o gastar aqui não é na mesma velocidade do repor, não é mesmo? Logo andamos em um local meio abandonado, meio com umas reformas, meio melhor do país, meio retrato infeliz de alguma das brasileidades.


Relação parasita é um termo agressivo? O que queremos dizer é que existe uma crise entre o individual e o coletivo. É difícil em um mundo que sobrevive de eu, atitudes isoladas e heróis, um nós harmônico. Como acontece coletivização se partimos do pressuposto individual? É preciso a morte dele. Então é esse é um manifesto pela morte do divisor. Uma vez que eu não existe, é impossível a retirada, o esvaziamento. Ao invés de sobrar orgulho sobra-se um corpo que trabalha. Que ao invés de se perder em intermináveis discussões que querem se transformar em inação, ensaia uma saída.


E nada nessa saída é parecido com hominídios a bordo de um zepelin que vaga sobre a Cidade Universitária. Seria um bom manifesto visual esse, não? Ou um com quadrinhos! Mas a idéia das pessoas retirantes acima da USP é fantástica, pode ser um balão mesmo. Elas falariam algo como, "nossa, que bosta". Seria bem irônico. Mas mesmo visual, acho que é importante conter o cerne da nossa postura. Que nós não somos isso, ou aquilo, mas que estamos. É importante todos entenderem isso. Anote aí. Dá pra fazer um desenho?

[primeira tentativa textual do Manifesto para a chapa Elefante, do Centro Acadêmico Lupe Cotrin, espalhado pela ECA]

domingo, 19 de outubro de 2008

Diálogo

-Para quem você está torcendo na crise econômica?
-Como assim, torcendo?- meio sem levar a sério o que vem depois
-Ahh, se as medidas do governo americano vão vingar, ou tudo vai pro buraco, inclusive a economia mundial. De modo que haja uma grande crise, que atingiria aqui também.
-Por que iria querer isso? É meio assustador pensar aqui o caos. Só o Katrina já levou uma cidade a enlouquecer, imagina o país inteiro! Tenho medo disso.
-Mas uma situação caótica faria o país mudar alguma coisa.
-Será que valeria a pena? Eu sou a favor de mudança mais inclinada ao que almejamos para acá. Mas não sei se o custo é válido. Por mais que eu queira que algo acontecesse nesses tempos que vivo, por outro lado não gostaria de ser estudada anos depois como participante de uma geração que passou um aperto muito grande.



Maldito conservadorismo estático. Nos faz temer a violência e o sofrimento ao invés de encará-los como coparticipantes no planeta. Como diz um amigo meu, que percebeu primeiro que o sofrimento não é algo tão terrível. É preciso deixar o medo de doer? Já é incômodo assim, talvez seja mentalidade desprezível lutar pela realidade que construímos.
Ou seria falta de gratidão e reconhecimento! Oh! O remorso, again! Da onde vem tudo isso?

Sempre disse por aí que, se houvesse uma crise, de tamanho tal em que não fizesse mais sentido o caminho que tomei até aqui, seria parteira. Mas dias atrás, quando conversei sobre a maior crise dos últimos tempos, não me deliciei com esse pensamento. Ao invés, causou em mim sensação de dever eminente, e quase acenti com a cabeça frente ao meu dever irreversível. Foram tantas as promessas.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Encontro

Cada uma defronte uma tela
dois locais distintos da cidade
Trocam palavras de solidão e se despendem com palávras táteis
beijo, abraço, cumprimento

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Pequena

Nunca se é homem enquanto não se encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer


Eu li aquela frase e quis jogar uma resposta amargurada de quem não se sente muito bem, do tipo E o que é ser homem, ou ainda Parabéns! Homem e ainda por cima fanático.
Mas não fiz nada. Vozes de milhões de pessoas, espectros de milhões de horas de programação comprada me calaram, e segui derrotada
Por não acreditar nesse mito do grande feito grande acontecimento. No fim todas as vidas tem a mesma importância e servem para o mesmo propósito esquizofrênico.
Ando mais alguns passos e sinto vergonha por não ter um grande projeto, e ainda tropeçar nas coisas pequenas, como a simples adaptação.

As atividades a qual você se dedica tem ligação direta com as suas aptidões? Por que você se diverte fazendo certas coisas? E se você tem um talento escondido para outra completamente distinta?

E senti um arrepio do alto dos meus dezenove anos e vários centímetros em cima de um pé machucado, parte mais sincera de mim. Penso na família. O que é que tem afinal? O quê? Esquisito.

Já me pergunto para que servem as grávidas. Será que devemos respeitar alguém pelo simples fato de ser egoísta biologicamente? Ou eu que estou sendo egoísta pensando assim, de não querer dividir o planeta com egozitos dos pais. Não sou diferente de nenhum deles, e não me orgulho disso. É tão cliché nascer.

domingo, 5 de outubro de 2008

olha!

achei um motivo para os próximos minutos:

sólo estoy sólo y estoy buscando
es a alguien que me está esperando
que me entienda y si no me entiende
alguien que me comprende
alguien a alguien para recordar
de memoria cuando estoy de viaje
cuando estoy muy lejos y
soy un vagabundo y camino bastante
alrededor del mundo
pero quiero volver a mi casa
a alguna casa
para encontrar a esa princesa vampira
que respira
que respira y me mira

trecho de uma música bonita. La parte de adelante, de Andrés Calamaro.
é, eu sei, o que esse cara sabe afinal? mas serve por ora? mandem sugestões =)

sabe aqueles momentos

em que você não sabe se desiste de tudo, chora ou se acha algum motivo porco pra continuar? então.

você venceu: batata frita!