quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Coisas do meu brasil

Infração
"Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor sem capacete, viseira, óculos ou vestuário exigido por lei ou ainda fazendo malabarismo ou equilibrando-se em uma roda, transportar passageiro sem capacete ou fora do banco ou carro lateral, transitar com faróis apagados, ou com criança menor de 7 anos ou sem condições de cuidar-se."

[fragmento retirado de apostila de auto-escola para preparação da prova teórica de direção do DETRAN]

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

histórias, contos e causos

[01/12]
Tinha mais duas semanas, segundo um amigo. Duvidava, mas mesmo assim, quando ele me disse isso no começo do feriado, involuntariamente relaxei. Não adianta, parece que é minha sina fazer as coisas em cima da hora. E daí se estou "lendo" para escrever o artigo há mais de um mês? Sempre é nas coxas, já mudei duas vezes desde o tema original. Foi conversando com dois colegas, numa recente noite de quinta-feira que tive a idéia em que segui firme: escrever sobre narrações náuticas!
Não sei se é justo dizer que desde criança sou apaixonada por elas. Talvez a primeira coisa adulta que li do gênero foi quando tinha dez anos: chamava-se "Mar Sem Fim", do Amyr Klink. Tive sorte. Não era o primeiro livro dele, mas com certeza o melhor entre os que vieram antes ("Cem dias entre céu e mar" e "Paratii: Entre dois pólos"), e que depois tive a oportunidade de ler. E não foi só Amyr Klink, li mais uns bons livros de expedições, incluindo "Viagem de um Naturalista ao redor do Mundo", diário do jovem Darwin de carona no Beaglle. Esse último, claro, foge da regra. Mesmo tendo sua narratividade, é mais um diário das espécies coletadas e impressões quase antropológicas dos moradores por onde passam - muito interessante, mas chato pra burro.
Os de Amyr Klink, não à toa, são classificados em várias livrarias como "romance de aventura". Comecei a ler o último livro lançado por Klink, “Linha D’Água”, esses dias para fazer o trabalho, e poder classificar também o único que não tinha lido (porque o que não tenho, “Janelas do Paratii”, é fotográfico, e vou ter de esperar alguém me presentear com ele). É interessante como, propondo-me uma leitura diferente, percebi como os livros dele são tão...narrativos. Como a história do nosso querido Joanorzim (contada uns posts atrás). Ou ainda como a de Azur e[t] Asmar: filme adorável que vi outro dia, com novos elementos em um esqueleto senil.
Sim, um esqueleto senil: um herói, um cúmplice que passa a rival e depois novamente a cúmplice, os cúmplices que presenteiam com os adjuntos (objetos mágicos que terão seus momentos milimetricamente apropriados – como uma chave dos cheiros para abrir o portão dos cheiros), as provações (antes e depois da viagem), e principalmente o crescimento do herói. E é por causa desse crescimento que tomei a liberdade de olhar para os quatro livros de expedições do autor como uma única série, intitulada Relatos de Amyr.
O engraçado é que sem pretender (acredito) escrever pela literatura, mas sim pela aventura, pela vaidade – que seja! – ele utiliza fórmulas tão tradicionais, como em Cinderela, Senhor dos Anéis, Os Doze Trabalhos de Hércules etc. O que me levou a pensar se a narrativa do herói surgiu na aventura da vida, ou se, incucados com histórias tradicionais, contos e fábulas desde pequenos, nossa vida torna-se um narrativa, torna-se uma história (um pouco do que acontece em Lisbela e o Prisioneiro: a vida da moça vira uma história de filme, como os que ela tanto gostava), ou pelo menos a enxergamos como uma.
(acabei escrevendo só sobre o Amyr mesmo, pra quem quiser, fique à vontade)


[18/11]
Ela contou que tinha sido criada pela avó. Isso durante a infância: ia para o colégio, e passava as tardes brincando com o avô, contou até um causo quando ela, pequenina que era, convenceu-o de sentar-se naquele berço que na verdade era um barco. É claro que o tal do barco arrebentou, e quando a avó viu estavam os dois rindo no meio daqueles pedaços de madeira. Sim, gracioso. Então a outra amiga falou que ela não, devia ser legal passar as tardes de pequenez com a vó, mas ela tinha passado com empregadas: via novela, ouvia pagode e tudo que tinha direito – engraçado também.
Aí uma outra muito inconvenientemente se lembra, mas não fala pra ninguém – por que falaria, afinal? – da cena daquele filme, A Ilha (que ela gostava tanto), quando a Jordan Two Delta fala que o técnico estava errado. Eles sabiam que, além do núcleo de desintoxicação e convivência pré-Ilha, só A própria eram lugares seguros, onde se podia ao menos respirar. Mas estavam fora do núcleo, e definitivamente aquela casinha pequena em algum centro árido dos Estados Unidos não era A Ilha; mas mesmo assim Jordan falou que ele estava errado. Como poderiam ter sido enganados, por D-s, ela se lembrava da sua infância, das coisas antes de tudo “se contaminar”. Tinha sido criada na fazenda, e ainda podia sentir o cheiro dos morangos e E tinha um bicicleta com cestinha na frente, sim eu conheço essas histórias, diz o técnico, elas são poucas, eles só mudam alguns detalhes. E a inconveniente se lembra dessa história de carochinha enquanto ouve as amigas contarem como tudo era antes. Algumas histórias que mudam os detalhes, Ah que bobeira

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Azur et Asmar



Duas crianças criadas juntas por uma babá: Asmar é filho da serva tunisiana, Azur é filho do senhor do castelo, mas até uma certa idade passa todas as horas do dia em companhia da babá e do irmão (são uma família), inclusive dorme lado-a-lado com este. Mas como herdeiro do nobre, Azur logo é arrancado dos cuidados da estrangeira, e começa a dividir seu tempo, forçosamente, entre aulas de dança, equitação e literatura, até ser levado definitivamente para ser educado na cidade.
Já a serva e seu filho são expulsos do castelo, entregues à própria sorte naquele continente estranho.

Os anos se passam, mas o jovem Azur não consegue esquecer as histórias contadas por sua mãe, e convence seu pai a financiá-lo em uma viagem até o outro lado do mar onde, segundo as histórias da mãe tunisiana, morava aprisionada a "Fada dos dihns". O belo rapaz considera-se preparado para a jornada, mas por uma fatalidade do destino, torna-se náufrago após cair do barco durante uma tempestade. Acorda em uma praia feia e tenta estabelecer algum tipo de contato com os moradores que falam a mesma língua da sua mãe; mas nem um grupo de mutilados nem uma família pobre suportam sua presença, todos fogem, temerosos, provavelmente alguma fobia relacionada a seus olhos azuis, como consegue captar. Por isso finge que é cego, e até aceita ajuda de um mendigo (Abul) que quer fazer parceria com ele, "você pode me carregar, e eu vejo por você".



Depois de tropeçarem em várias barracas de vendas na cidade, devido à estranha anatomia de dois homens como um, chegam por acaso em frente a casa da comerciante mais rica da cidade. O garoto fica atônito e sai correndo, depois que pede para Abu descer, É ela! Tenho certeza que é a minha mãe! Ouvi a voz dela!
Você está louco? É a mulher mais poderosa da cidade depois da princesa, não faça escândalo!
Mas ele o faz, e consegue que tragam sua ex-babá até sua presença. Ela se faz de difícil, mas logo lembra do seu filho que tinha ficado do outro lado do mar e, como filho, é recebido com todas as honrarias que lhe são de direito. Todas as comidas, bebidas e sons daquele pedaço de mundo - como não poderia deixar de ser.
A conversa avança e Azur fica sabendo que seu irmão também sairá em breve para tentar libertar a Fada que há tanto conheciam. O irmão, Asmar, até chega a dar as caras, mas não o perdoou pelo abandono. A mãe, no entanto, põe em ordem: Vocês só serão rivais quando no último percurso até a Fada (uma caverna). Até lá terão muitos inimigos em comum, e será melhor se ajudarem.

É o que eles fazem. Mesmo começando a viagem carrancudos, eles se salvam assim que o outro cái em alguma emboscada, de modo que chegam juntos até a Fada.
O final é esperado apesar de detalhes que fazem toda a diferença. E não estou falando apenas de cenas lindas de morrer (ou quase morrer se você dá valor à vida), em castelos, pássaros, um leão escarlate e cada detalhe desenhado por Michel Ocelot. A trama inteira é construída de modo a destruir preconceitos conhecidos, como o menino ariano que se volta ao oriente muçulmano e negro, valorizando seus encantos, apesar do seu pai ser terminantemente contra. Há cenas essenciais como numa ida noturna à cidade, quando a princesa mostra a Azur, entre outras construções, "ali é a mesquita, aquela outra é a igreja e mais para trás a sinagoga". Três religiões coexistindo pacificamente, um recado descarado, mas é preciso se lembrar de que se trata de um filme infantil. O mesmo quando nosso herói vai se aconselhar com um sábio local, que misteriosamente sabe sua língua européia, "eu já fui de lá, mas me expulsaram", "por que?", "minha religião era diferente", "mas aqui também é", "mas aqui eles não ligam" - o sábio é um judeu, claro.
Como já disse o final peca em alguns aspectos, mas é impagável estar no cinema apenas com uma excursão de escola, e ao invés de ficar com vergonha, rir ao ouvir as crianças batendo palmas tão alegremente, assistindo uma bela cena de um mendigo dançando com uma senhora rica.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Corrente




"O que aconteceu então? Fomos expulsos da Sociedade das Nações."



Le Corbusier, Precisões
página 161 5ª e 6ª frase.


[Droga! Queria que tivesse sido mais emocionante! Coloquei até duas frases, não sei se podia, mas só até a interrogação seria demais x-]

Instruções:
1ª Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure)
2ª Abrir na página 161
3ª Procurar a 5ª frase completa
4ª Postar essa frase em seu blog
5ª Não escolher a melhor frase nem o melhor livro
6ª Repassar para outros 5 blogs

blogs indicados:
*Pedroka
*Aline
*Rael
*Muras
*Bruneca

divirtam-se

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Materialidades azuis em um dia roxo berrante

.
.





----------------------------------------

as pessoas são caixinhas de fazer doer
e às vezes vêm pintadas de arco-íris

se você tiver muitas pessoas queridas
pode fazer um móbile masoquista muito divertido


terça-feira, 4 de dezembro de 2007

domingo de wiki

o movimento é descompassado
meus dedos são ágeis
o único som que ouço são as teclas
a sequência delas formando palavras linhas imagens
permeadas de backspace
letras backspace letras letras backspace
no fim
colorimos de preto algum espaço branco no infinito mas nos enganamos
não há cores
não há nem números
não há nada