terça-feira, 25 de setembro de 2007

Fait Divers: Qian Xun

.
.


[o começo]
Police believe father abandoned NZ toddler at station

Victorian police believe a New Zealand toddler found abandoned at a Melbourne railway station on Saturday was left there by her father.
The little girl, of Asian appearance and dubbed "Pumpkin" by the police, was left by a man thought to be her father about 8am.
The pair were captured on CCTV cameras, the girl holding the hand of a man pulling a small suitcase.

The man disappeared and the toddler was found wandering around the station 15 minutes later by security staff.
Today police said they had identified the man and think he boarded a flight for the United States later in the day.

Police have confirmed that the three-year-old girl, named by police as Pumpkin as she was wearing a Pumpkin Patch top, and her father flew in to Melbourne from New Zealand last Thursday and stayed in the city for two nights. They were travelling on New Zealand passports.

A search is now on to find relations of the child and the New Zealand police and United States authorities are working with their Victorian
So far police in New Zealand have not been able to trace Pumpkin's mother.
A police spokesman in Auckland confirmed that three addresses in the city had been visited, but the child's mother had not been found.

He said that the Auckland Central police station would probably be dealing with the investigation tomorrow and more information would be available.
Pumpkin is currently in temporary foster care with the Department of Human Services.
Department spokeswoman Chris Asquini said Pumpkin had settled in well with a foster family.

But she said the little girl spent a restless night on Saturday and was longing for her mother.

"She's predominantly asking for her mother," Ms Asquiri said. "It's not to be unexpected that she would be distressed and when she has been distressed, the carers have comforted her.

"She's been watching children's DVDs over the weekend and was giggling and laughing," Ms Asquiri said.

The child had begun speaking after two days of silence.
"I believe she is saying `yes' and `no' when asked questions, and she is asking for her mum and that's all we are aware she is vocalising at the moment," a police spokeswoman said.

Inspector Brad Shallies, from the Transit Safety Division, said officers believe the man had boarded a flight to the US on Saturday.
"Our belief at the moment is that he has left Melbourne, in fact left Australia. Our belief is that he may be travelling toward, or may now be in, the United States," Mr Shallies said.

He confirmed the girl and her father travelled to Australia on New Zealand passports.
"That would indicate they have been in New Zealand for some time. What type of travelling has been undertaken since her birth I'm not in possession of yet," he said.

[o meio]




Qian Xun's grandmother thanks public, reunited with toddler

MELBOURNE/AUCKLAND/CHRISTCHURCH - Xiao Ping Liu - today reunited with her granddaughter Qian Xun Xue - has written a letter to the New Zealand public thanking them for their support.

In the open letter, Mrs Liu also pays special thanks to the police in New Zealand, Australia and the US.
Mrs Liu arrived in Auckland today from China and was whisked out of the airport to a meeting with three-year-old Qian Xun.

The toddler arrived in Auckland from Melbourne in secret yesterday with a caregiver on a Qantas flight.
The Herald Sun's website reported Qian Xun, who became known as Pumpkin after being abandoned by her father at a Melbourne railway station nine days ago, left the city at 10.30am local time yesterday (8.30am NZT) on a Qantas flight to Auckland.
Authorities in the United States continue to search for her father Nai Yin Xue. He is accused of abducting Qian Xun and murdering his wife and Qian Xun's mother, An An Liu.

New Zealand Chinese Herald editor Jerry Yang received Mrs Liu's letter. He said the it was originally written in Chinese by Mrs Liu and translated in China before being sent to an unnamed associate of Mrs Liu in Auckland.
Mr Yang said the man who gave him the letter is a close friend of Mrs Liu and comes from the same city in China.

"I think she wants to say thanks to everybody who helped her family and her only daughter," Mr Yang said.

Mr Yang said the English translation of the letter was literal and some of the emotion in the language had been lost.
"The English translation is what we call Chinglish. It's a word-for-word translation," he said.

Mrs Liu refers to Qian Xun Xue as "Xun Xun". Mr Yang said this was an affectionate modification of Qian Xun's name.
In the letter, Mrs Liu says she is writing on mid-Autumn Day, a day for family members to come together but for Mrs Liu, it is the day she leaves China to attend the memorial ceremony for her murdered daughter.
"At this very moment, anyone who has a conscience would understand the deepest pain in my heart," Mrs Liu said.

She writes she will take her grand-daughter back to China.
Mrs Liu said she is grateful to the authorities who have cared for her grand-daughter and expresses a desire to see justice done in the ongoing hunt for Nai Yin Xue - the man wanted in connection with her daughter's death.

Family reunited

Child Youth and Family officials have taken Mrs Liu and Qian Xun to an undisclosed location where they have been provided accommodation, Associate Immigration Minister Clayton Cosgrove said this afternoon.

[Madeline do mundo bizarro? Ao invés da criança, quem sumiu (um morreu) foram os pais. Ao invés de adultos precisarem de ajuda, foi a criança sozinha. Existem outras considerações, mas elas sã muito provocativas para esse blog, agora não estou com paciência (leia-se tempo) de me explicar ou me defender de desforra. Talvez depois]

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

24/09

Senador americano processa Deus por estragos

o que me surpreendeu nessa notícia não foi simplesmente a manchete, o tema (que é engraçado, sim), mas a foto: notem que o ventilador atrás da cabeça do Senador lembra uma auréola.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Six Feet Under

Six feet under, nome sugestivo para uma exposicao de arte. No site nao falava onde era, mas eu tenho quase certeza que se trata da Inglaterra.
Admiro os ingleses, eles me parecem um povo muito sabio ao serem tao loucos. Eles fazem coisas aparentemente sem sentido, engracadas e ridiculas, mas que dizem muito. Dizem como a nave dos loucos de Bosch (quadro colado em uma das minha primeiras postagens) e minha maxima atual, qual seja: nada faz o menor sentido.
Outro exemplo alem da exposicao a seguir, e a noticia de alguns meses atras. Um artista britanico, esqueci o nome, mas e um que e especialista em escorregadores (sim, voce leu certo, por Ds) estava com uma campanha para instalar escorregadores no Parlamento do pais. Os brinquedos, segundo o artista plastico, sao simples e sinceros, como deve ser a vida. Nao importa a idade, e dificil alguem segurar um sorriso em um deles. Genial.








segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Esquizofrenia

Movimento dos Sem-Mídia protesta em frente à 'Folha'

Diante da sede sede do jornal, os participantes do protesto leram um documento que leva o nome de “Manifesto dos Sem-Mídia”. O documento é organizado por Eduardo Guimarães, do blog Cidadania.com. Segundo ele, trata-se de um movimento pelo direito à informação correta, fiel e honesta. “Que a mídia fale, mas não me cale! Não nos cale! Não cale alguns e exponencie a voz de outros. Todos têm que dar opiniões. As pessoas querem confrontar opiniões!”
Conforme Guimarães postou em seu blog, “os sem-mídia se manifestaram por mais de duas horas sob um sol inclemente”. Sobre os signatários do manifesto, ele esclarece: “Alguma assinaturas foram colocadas no documento entregue à Folha e outras na cópia que foi protocolada na portaria do jornal”. Ainda assim, 191 pessoas assinaram o texto oficial.
Para o casal Jaqueline e Paulo — que levou os filhos —, desde cedo é preciso ter consciência da importância da informação correta. “Realmente não dá mais pra ler jornal. A grande mídia virou um partido político”, explicou a estudante Jaqueline Pascucci.
O organizador, Eduardo Guimarães, entregou uma cópia do manifesto do grupo, na sede do jornal. O site Conversa Afiada tentou falar com a Folha sobre o assunto, mas não encontrou nenhum representante do jornal.
[1509 vermelho online]

agora, a notinha da Folha (que estava no final de uma notícia sobre uma manifestação contra o Renan Calheiros)

"Sem-mídia"

Ainda ontem, cerca de 90 manifestantes, segundo a PM, participaram de ato batizado de "Movimento dos Sem-Mídia", em frente ao prédio da Folha.

Um manifesto --endossado por cerca de 190 pessoas, segundo os organizadore-- foi protocolado na portaria do jornal. O ato durou quase duas horas. "A mídia ataca o governo federal em benefício de seus opositores", discursou o gerente de vendas Eduardo Guimarães, organizador do protesto.

só isso.

sábado, 15 de setembro de 2007

28/08

II Semana temática de Oceanografia
Oceano: Riscos, Recursos e Registros
Poluição na Zona Costeira – palestrante : profª drª Cláudia Condé Lamparelli (Cetesb)

Mudanças no centro e na costa

A voz grave que prenuncia a avalanche de más notícias despista, de imediato, a real faceta de Cláudia Lamparelli, quarta palestrante da II Semana temática de Oceanografia do Instituto Oceanográfico da USP. “Sou otimista”, revela a bióloga depois de uma hora estonteante e até inesperada, visto se tratar de um tema relativamente conhecido e (ilusoriamente) discutido.
Pesca, turismo e lazer, atividades náuticas, maricultura (novidade em São Paulo), navegação e atividades portuárias: a palestrante começa citando alguns motivos menos óbvios pelos quais é importante preservar as águas costeiras, “Já existe uma preocupação, uma série de leis que protegem as águas de rios, mas pensar nas águas marítimas é um assunto recente”, reflete, “sempre teve na história da humanidade aquele mito de inviolabilidade do mar, afinal, ‘é tanta água’”, ironiza Lamparelli.

O mar cobre 70% da superfície da Terra, o equilíbrio e saúde desses milhares de quilômetros cúbicos de ecossistema são imprescindíveis para a vida no planeta. Esse assunto deveria ser de interesse e resolução de todos os países em ação conjunta, mas seis mil anos de caminhos errados levaram as nações a adotarem posturas mais egocêntricas e igualmente irresponsáveis. Apesar de que nem sempre o homem precisou se preocupar com isso. Digamos que a maior parte da culpa está mesmo concentrada a partir das grandes navegações, talvez exagerando, ou da Revolução Industrial pelos próprios resíduos industriais, e por ter propiciado um aumento nunca antes visto da população mundial, o que potencializou a quantidade de poluição doméstica – que é o principal responsável pela degradação das áreas litorâneas.

Juntamente com o famigerado esgoto caseiro, os resíduos industriais, os derramamentos de petróleo e os resíduos trazidos pela chuva são os principais responsáveis pelas plumas (manchas brancas usualmente superficiais que indicam poluição concentrada) e pela baixa qualidade do recurso discutido. Toda essa poluição atinge o mar pelos famosos canais ou emissários submarinos. Os canais são, na maioria das vezes informais, exceto alguns casos como os canais de Santos, que só são abertos quando chove (logo, a época da menor qualidade das águas e das praias coincide com o período de chuvas da região), e alguns de Praia Grande, cuja área municipal abrange 140 canais trazendo esgoto diariamente. Em vista desse problema, os emissários poderiam ser uma boa saída não fosse o descaso no tratamento do esgoto liberado, ou ainda o problema dos dutos curtos demais: o comprimento ideal, “seguro” para a população, seria a partir de 1km da praia. Em Ilhabela temos casos de dutos de 200 metros apenas, e o município ainda é o mais atrasado na rede de esgotos: apenas 5% dos canais são formais, ou seja, distribuídos em rede (e seria uma visão um tanto quanto otimista acreditar no tratamento do já pouco esgoto recolhido).

Mesmo quando os dutos de dejetos submarinos são considerados decentes, implicam uma série de fatores negativos: a matéria orgânica emitida a um ou dois quilômetros da costa apenas é filtrada e recebe cloro. A solução estaria na diluição pelos metros cúbicos líquidos, dando continuidade ao ciclo do carbono sem maiores choques. Essa medida protege a população que usa a praia, mas desequilibra o ecossistema localizado na boca do emissor (quando acontece o que Lamparelli chamou de poluição concentrada), o que pode trazer a longo prazo, conseqüências para toda a região, incluindo a praia (que é, querendo ou não, um eco do resto do corpo).

No século da conscientização ambiental (devido à proximidade do caos, certamente), a história não poderia parar por aí. Já que nunca fez parte do senso comum pensar em solução para a poluição da costa, resta às sentinelas do estado, vulgo legisladores, tomarem a iniciativa de cuidarem do patrimônio que foi largado às ONGs. É fato que o processo de elaboração e aprovação de uma lei é sofrível devido à demora, mas é extremamente necessária uma legislação moderna, que pelo menos no papel preveja as medidas necessárias para que possa haver qualquer mudança.

Considerando a necessidade de se criar instrumentos para avaliar a evolução da qualidade das águas, algumas questões já estão recebendo tratamento jurídico. É o caso da classificação dos meios aquáticos, que começou a tomar forma com a resolução federal 357 de 2005 - incluindo águas salobras nessa versão-, que estabelece classes de águas por padrão de qualidade (a primeira classe, por exemplo, são as águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano após tratamento simplificado. As de segunda classe, à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho; terceira classe, à pesca amadora e à recreação de contato secundário; enquanto a quarta e última classe seria destinada à navegação), e a resolução estadual 274 de 2006, essa tratando dos critérios de balneabilidade. A doutora ainda ressalta a lei do credenciamento costeiro de 1997, e o decreto de zoneamento marinho de 2004.

Existe uma série de passos jurídicos para a manipulação de águas em território nacional, sejam para construção civil, industrial, complexos turísticos e outros. Além da classificação, credenciamento e zoneamento, há (a partir deste último) também o licenciamento ambiental, que seria dividido em licença prévia (os órgãos governamentais nessa etapa estudariam a viabilidade ambiental do projeto), licença de instalação caso a primeira etapa tivesse sido aprovada, e a licença de operação, sujeita à renovação.

A doutora encerra sintetizando o desafio do país na questão das águas para se livrar da poluição e para o uso geral, através das medidas que considera mais urgentes e já estão a caminho da efetivação (primeiramente no campo jurídico), quais sejam, quanto à qualidade das águas costeiras:

1- Classificação dos usos pretendidos (requisitos e poluição)
2- Legislação ambiental para licenciamento e zoneamento
3- Legislação ambiental de controle
4- Monitoramento e diagnóstico
6- Gestão ambiental

O caminho existe, enche os presentes de esperança, todos adoram o trabalho realizado por aquela mulher sincera, que com sua voz grave e necessária resume: “falta dados para que trabalhos básicos possam ser cumpridos. É necessária uma parceria com universidades, para que haja cooperação. Cansei de entrar em universidades e ver pessoas escondendo dados de suas teses, trabalhando apenas para a própria carreira”. É quase um convite.