terça-feira, 18 de dezembro de 2007

histórias, contos e causos

[01/12]
Tinha mais duas semanas, segundo um amigo. Duvidava, mas mesmo assim, quando ele me disse isso no começo do feriado, involuntariamente relaxei. Não adianta, parece que é minha sina fazer as coisas em cima da hora. E daí se estou "lendo" para escrever o artigo há mais de um mês? Sempre é nas coxas, já mudei duas vezes desde o tema original. Foi conversando com dois colegas, numa recente noite de quinta-feira que tive a idéia em que segui firme: escrever sobre narrações náuticas!
Não sei se é justo dizer que desde criança sou apaixonada por elas. Talvez a primeira coisa adulta que li do gênero foi quando tinha dez anos: chamava-se "Mar Sem Fim", do Amyr Klink. Tive sorte. Não era o primeiro livro dele, mas com certeza o melhor entre os que vieram antes ("Cem dias entre céu e mar" e "Paratii: Entre dois pólos"), e que depois tive a oportunidade de ler. E não foi só Amyr Klink, li mais uns bons livros de expedições, incluindo "Viagem de um Naturalista ao redor do Mundo", diário do jovem Darwin de carona no Beaglle. Esse último, claro, foge da regra. Mesmo tendo sua narratividade, é mais um diário das espécies coletadas e impressões quase antropológicas dos moradores por onde passam - muito interessante, mas chato pra burro.
Os de Amyr Klink, não à toa, são classificados em várias livrarias como "romance de aventura". Comecei a ler o último livro lançado por Klink, “Linha D’Água”, esses dias para fazer o trabalho, e poder classificar também o único que não tinha lido (porque o que não tenho, “Janelas do Paratii”, é fotográfico, e vou ter de esperar alguém me presentear com ele). É interessante como, propondo-me uma leitura diferente, percebi como os livros dele são tão...narrativos. Como a história do nosso querido Joanorzim (contada uns posts atrás). Ou ainda como a de Azur e[t] Asmar: filme adorável que vi outro dia, com novos elementos em um esqueleto senil.
Sim, um esqueleto senil: um herói, um cúmplice que passa a rival e depois novamente a cúmplice, os cúmplices que presenteiam com os adjuntos (objetos mágicos que terão seus momentos milimetricamente apropriados – como uma chave dos cheiros para abrir o portão dos cheiros), as provações (antes e depois da viagem), e principalmente o crescimento do herói. E é por causa desse crescimento que tomei a liberdade de olhar para os quatro livros de expedições do autor como uma única série, intitulada Relatos de Amyr.
O engraçado é que sem pretender (acredito) escrever pela literatura, mas sim pela aventura, pela vaidade – que seja! – ele utiliza fórmulas tão tradicionais, como em Cinderela, Senhor dos Anéis, Os Doze Trabalhos de Hércules etc. O que me levou a pensar se a narrativa do herói surgiu na aventura da vida, ou se, incucados com histórias tradicionais, contos e fábulas desde pequenos, nossa vida torna-se um narrativa, torna-se uma história (um pouco do que acontece em Lisbela e o Prisioneiro: a vida da moça vira uma história de filme, como os que ela tanto gostava), ou pelo menos a enxergamos como uma.
(acabei escrevendo só sobre o Amyr mesmo, pra quem quiser, fique à vontade)


[18/11]
Ela contou que tinha sido criada pela avó. Isso durante a infância: ia para o colégio, e passava as tardes brincando com o avô, contou até um causo quando ela, pequenina que era, convenceu-o de sentar-se naquele berço que na verdade era um barco. É claro que o tal do barco arrebentou, e quando a avó viu estavam os dois rindo no meio daqueles pedaços de madeira. Sim, gracioso. Então a outra amiga falou que ela não, devia ser legal passar as tardes de pequenez com a vó, mas ela tinha passado com empregadas: via novela, ouvia pagode e tudo que tinha direito – engraçado também.
Aí uma outra muito inconvenientemente se lembra, mas não fala pra ninguém – por que falaria, afinal? – da cena daquele filme, A Ilha (que ela gostava tanto), quando a Jordan Two Delta fala que o técnico estava errado. Eles sabiam que, além do núcleo de desintoxicação e convivência pré-Ilha, só A própria eram lugares seguros, onde se podia ao menos respirar. Mas estavam fora do núcleo, e definitivamente aquela casinha pequena em algum centro árido dos Estados Unidos não era A Ilha; mas mesmo assim Jordan falou que ele estava errado. Como poderiam ter sido enganados, por D-s, ela se lembrava da sua infância, das coisas antes de tudo “se contaminar”. Tinha sido criada na fazenda, e ainda podia sentir o cheiro dos morangos e E tinha um bicicleta com cestinha na frente, sim eu conheço essas histórias, diz o técnico, elas são poucas, eles só mudam alguns detalhes. E a inconveniente se lembra dessa história de carochinha enquanto ouve as amigas contarem como tudo era antes. Algumas histórias que mudam os detalhes, Ah que bobeira

4 comentários:

Unknown disse...

Li!! a segunda parte do seu post está quase que incompreensível!
Acho que só quem assistiu a Ilha consegue entender alguma coisa!
Safadenha heim! usando Wikis para encher o blog! Eu ia fazer isso! :P [se bem q td aí está original.. e bem legal! ;)]
Bom.. saudades né!
Beijão querida!

Pedro Sibahi disse...

Na verdade quem postou acima fui eu querida! Não vi q meu irmão tava logado... :P
=*

Salt disse...

Lia!
O Stéfano falou que mandou spam do meu blog por aí, mas eu não esperava comentários. Ainda mais um com uma criação literária instantânea e exclusiva. =)

Continuo achando, porem, que musicais não funcionam só em texto - podemos discutir isso melhor depois, si? (ou não, puta assunto mala! haha...)

Beijos, Salt.

Salt disse...

por sinal,

http://enlarge-your-cornhole.blogspot.com/

(o que gosto de chamar de "o OUTRO blog")

(veja o último post! - ganhei de voce!)